sexta-feira, 17 de junho de 2011

Born This Way, Lady Gaga



Semanas já se passaram desde o lançamento do novo disco de estúdio da Lady Gaga, mas o disco tá aí na praça, já vendeu milhões à preço de banana, já alegrou e decepcinou fãs e tudo mais. E claro, eu, com os meus dedinhos críticos, não poderia deixar essa passar em branco.

Armas na mão, vamos lá...
Aos que passaram a apreciar a proposta inovadora de Gaga após o super hit-bombante, "Poker Face", podem esquecer a idéia de um bis. Aliás, esqueçam tudo feito por ela em "The Fame", e no relançamento do mesmo, "The Fame: Monster". Em "Born This Way" ela não repete a fórmula que a consagrou como a grande revelação do pop.
Nessa nova empreitada Gaga resolveu arriscar, misturar e adicionar. "Born This Way" é quase um prato de farofa, um coquetel de diferentes ritmos, arranjos e sonoridades.
Nesse terceiro trabalho Gaga fez uma volta ao passado, e se jogou no Dance Club das boates da década de 80. Isso é claramente notado em muitas das faixas do disco. Então não estranhe se você estiver o escutando e alguma música soar como algo que tenha ouvido antes. Não é uma mera coincidência e nem Gaga inovando. "Born This Way" é o seguinte, uma modernização do que já ouvimos, do que já foi feito e do que já marcou. Pega-se Madonna (antes das plásticas, rugas e Jesus Luz) e misture ao que há de novo, ao que faz barulho. Conseguiu pensar em algum nome? Se não, eu digo pra vocês... Daft Punk. Pois é, a influência musical dos caras é gritante em cada faixa deste disco. Então, se você pensa em se surpreender, talvez tenha mesmo uma surpresa. Só não sei se boa. Pra quem acreditou no discurso da cantora de que lançaria algo icônico e revolucionário, vai se desapontar.
O flerte perigoso com o rock e um som mais agressivo foi escorregadio, e na minha opinião não funcionou. Há faixas cansativas, barulhentas e realmente irritantes. E o pior é que essas são as mais longas do álbum.
Uma música não ser tão boa, tudo bem. Há coisas descartáveis até nas maiores obras primas do pop. Todo disco tem sua gafe e aquela faixa que escutamos vez ou outra, mas que preferimos passar. Em "Born This Way" isso não acontece. O fato é que algumas você vai preferir nunca ter ouvido. E "Marry The Night", "Bad Kids", "Heavy Metal Lover", "Government Hooker" e "Americano" são essas faixas. E não estou exagerando quando ligo a palavra "insuportável" à cada uma delas.
Mas calma, há salvação. As poucas que me conquistaram são realmente ótimas. "Hair", "The Edge Of Glory", "Eletric Chapel", e a apaixonante "You and I" dão a força que faltou um pouco no novo projeto de GaGa. Claro, há também o já conhecido hit "Born This Way", faixa que leva o mesmo nome do álbum e estourou mundo à fora, e "Judas", que não teve uma aceitação tão boa assim, mas que comparada ao produto final, pode ser resgatada e considerada como mediana.
Reservei as linhas finais pra falar de uma canção curiosa, "Bloody Marry". Eu ouvi essa faixa repetidas vezes, tentando formar uma opinião sobre ela, e não consegui. Não sei se gosto ou se desgosto. Não importa o quanto a voz de Gaga soa desritmada nesta música, a melodia é penetrante. Há um "Q" sombrio, pop-deprê-melancólico, um borrão trágico. Acredito que ela vá causar confusão na cabeça de muitas pessoas. Se é ruím, não sei. Mas provavelmente você vai escutá-la muitas vezes até chegar a alguma conclusão.
Veredito Final: Prometeu muito e fez pouco. Muito barulho por nada. "Born This Way" não tem identidade, carisma ou inovação. Diria que é fraco, se for comparado aos padrões Lady Gaga. É aquele tipo de álbum que não conquista. Achei frio, cru e desanimador. Arriscado, sim. Ousado, não.
Digo por mim, ao final dessa crítica não sei se algum dia terei vontade de ouvir novamente o "Born This Way" da Lady Gaga.

Nota: 6,5.

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